sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Um gigante chamado Francisco Camargo

Quantos pais tem a coragem de acreditar em seus filhos e fazê-los crescer em seus sonhos? Quantos deles assumem que sonhar é poder, uma vez que traçamos nossos próprios objetivos. Assim é Francisco Camargo! 
Assistindo ao filme Dois filhos de Francisco fiquei a imaginar quantas pessoas desistem de seus sonhos por adormecerem na concepção que os outros têm a seu respeito. 
Helena, uma mulher simples, mãe de muitos, que como bem o afirma no filme, "foi acordada que criou essas crianças", mas nunca desanimou quando se lhe apresentou o impossível. A vida que eles viveram antes de nascer Zezé di Camargo e Luciano, faz-nos crer que quando Deus quer, homem nenhum rejeita. A atitude do pai de dona Helena foi cruel, mas revelou a ignorância nata de algumas pessoas que insistem em não perceber que os tempos mudam e que os valores vão sendo moldados e remoldados perante essa situação. Primeiro aquele empresário lhes mostrou o sucesso de perto, explorando aqueles garotos ( assim percebeu-se no filme). Depois, a vida de um deles é ceifada tirando-lhes a alegria do sonho realizado."Emival", um passarinho das campinas, uma voz singular, um anjo no seio daquela família humilde, mas  rica de fé.
As dificuldades, as noites sem um cobertor suficiente para tanta gente pequenina a depender do carinho daquela mãe e do trabalho das mãos daquele pai, o sonho de ver seus filhos fazendo sucesso pela música, tão plasmada em suas vidas... todas essas coisas foram superadas com a explosão de "É o amor".
O que fazemos quando um filho se nos mostra apto a determinada coisa que esteja fora do padrão ou do objetivo que nós traçamos para ele? A de repulsa, evidentemente.Francisco não! Ele fez e aconteceu para que seus filhos tivessem uma vida melhor. Talvez ele não soubesse o peso do sucesso, de mais d eum mihão de cópias vendidas. Talvez ele só quisesse que seus filhso tivessem uma vidamelhor, que não fossem pedreiros, faxineiros ou vivesse do alugado nos roçados de gente rica. Mas ele acertou, pois fez de seus filhos pessoas diferentes do que eles foram.
Uma atitude que camou a minha atenção de um modo particular foi a chegada da escola naquela região.Através do rádio, aquele homem da roça aprendeu a importância dos seus direitos e buscou, junto à prefeitura, o direito de educação para seus filhos.Para mim, essa foi a manifestação de carinho e consciência mais bonita de todas. Aquele pai lavrador, sem nenhum cobre, quebrado, entendia que o mundo é vasto e significativamente deturpador e preconceituoso, escarnecedor demais para abrigar pessoas desinformadas e correu atrás do prefeito para criar uma escola e dar educação aos seus filhos.Essa foi uma das mais indas manifestações de amor que já vi!
Aqui começa um paradoxo com a vida da sociedade iletrada, desinformada, descapitalizada, pois Francisco era um pai de família que só tinha o dia e a noite, a coragem e a fé, mas soube ensinar bons valores aos seus filhos.
Quero também chamar a atenção a uma outra mulher especial chamada Zilu. Essa mulher segurou as dores de seu marido desde sempre. Lutou como uma leoa ao lado desse homem que precisou comer o pão amassado pelo mundo inteiro para realizar o seu sonho de cantar. Mas venceram! Eles merecem muito mesmo a felicidade, pois o amor nascido ali cresceu e faz desses dois remanescentes de uma vitória eterna.
Enfim, olhando o filme numa quarta leitura, o que se percebe é justamente que o conto de fadas é bem real, não existe lobo mau maior que as pessoas sem fé ao nosso redor. Francisco e Helena, Helena e Francisco e seus filhos, uma família comum brasileira, mas um povo de coragem, destacado pela sua determinação e por não desistir nunca.
Quem é o seu Francisco na sua vida?

Colagens naturais!