quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Política(os) versus professores

Todo ano de eleição é assim, político daqui, político dali e ninguém a enxergar os profissionais que relamente trabalham em prol do real crescimento da população. E aqui não seria diferente, caso contrário não seria cidade  de interior. Mas esse não é o agravante, o pior está por vir, pois cada dia que passa o professor é massacrado nesse município que nos parecia tão promissor.
Que estímulo pode ter um profissional que é sempre visto como delinquente e inconsequente? Que papel pode atribuir-se se sempre está jogado à margem de picuinhas partidárias?  Sim, partidárias, seja de partido político, seja de qualquer outro partido, o fato é que os professores em Monte Alegre de Sergipe estão sendo tratados pelas gestões como vermes, reles criaturas que só sabem "exigir o que não é direito" e ficar sem cumprir suas obrigações em suas atividades. Se o profissional é tudo isso, o  que está ainda esperando as gestões para exonerar esses profissionais?  O que ainda esperam as gestões para decretarem o fim dessa classe que tanto elegeu no país a vida inteira? O que ainda pretendem, os gestores, fazer para que esses  profissionais sejam mais ridicularizados a seu bel prazer? Onde anda a justiça que não coloca ordem nessa casa? 
Essa é uma reflexão solitária, pois apesar de vivermos em pleno século XXI, o pensamento feudal ainda impera  em municípios pequenos como o nosso. Ainda padecemos de abuso de poder, da soberba de ordens esdrúxulas que mais parecem decretos de extermínios. Onde fica a humanidade ai? 
Creio que todos ignorem que a uma margem não muito distante estão o futuro dos alunos, as suas famílias, que mesmo sem entender essas engrenagens, esperam da escola o melhor para seus filhos. E nós, os professores, o que devemos fazer diante de arbitrariedades e abuso de poder?  
Como cidadã não sei mais o que pensar, pois todos  os dias somos humilhados pelas campanhas eleitoreiras, políticos, como mendigos, pedem pelo amor de Deus que votemos neles, que os elegamos, que os coloquemos no poder... para mais tarde nos devolver  com frases do tipo:  _"Professor tem que ter a crista quebrada."  Esse comentário, além de inconsequente é da mais pura falta de respeito com o profissional. O fato é, antes de ser profissional, cada deles  é um seu humano. Como ainda ter auto-estima quando se ouve dos gestores que somos mais uns bichos que precisam ser domados?
O que pensar? Não há o que responder, somente o que perguntar: onde vamos parar? devemos ceder aos caprichos de meia dúzia e esquecer nossos direitos? Partindo da reflexão deles, temos algum direito ou somos tábula rasa sem nenhuma bagagem a explorar?
Quando se mistura educação com política partidária o resultado é esse: é político que pensa que é dono do mundo, é chefe que pensa que seus funcionários não tem direito e nem voz, é gestor que acha que todos perderam a vez porque ele é o chefe agora. De cima para baixo vem as cobranças, as humilhações, as retalhações, as ofensas, as cobiças, as injustiças. Se de um lado alguns colegas dão motivos para que outrem se lhes falem, do outro existem bons profissionais que são escrachados por conta de picuinhas políticas. Tudo torna-se bastante maquiavélico nessa  hora. Todos esquecem que não passam de humanos.
Os alunos percebem todo esse movimento e enquanto muitos estão preocupados em mostrar serviço, eles, os alunos, estão sem aprender o mínimo para se darem bem num concurso público.
Está mais do que na hora de pararmos e descobrirmos os verdadeiros motivos de ser professor, de ser gestor, de ser político. Está mais do que na hora de cada um se respeitar  e parar de se colocar em pedestal achando que de lá do alto tudo pode. Ninguém pode nada se não tiver a ajuda de alguém. Esse é o princípio. Ninguém que é agora o é por mérito próprio e sim porque muitos se uniram para que um ideal fosse alcançado e a resposta não tem sido muito positiva. Para que cada segmento dê o rendimento necessário, ou todos se unem qual feixe de varas, ou todos nos quebraremos sem conserto num espaço de tempo bastante curto, pois o político sem o povo não é nada e um gestor sem uma equipe sozinho não trabalha. É tempo de repensar as práticas!


Colagens naturais!