quinta-feira, 23 de junho de 2011

Festa na Gildete é assim...!

Tem quermesse sem novena
Um São João formoso tem
Tem os "véi" pristigiando
Tem novo que vem também
Os pai  fica feliz
Os fio fica também

Esse ano foi bonito
Teve de tudo um  pouquinho
Até o derradeiro minino
Comeu pipoca e pirulito
São João abençoou
A quermesse rebentou
E o forró continuou

Oceis num quera sabê
Das coisa qui teve lá
Do beijo à pescaria
Isso num podia fartá
Só mesmo a grande folia
Pra mode nóis festejá

A primera barraca foi
A brincadera da pescaria
Tinha pexe de muntão
Cada um cum uma quantia
Os menino que pescava
Saia nas gargalhada
Dos prêmio que recebia

Depois vinha um caso séro
Vacilou lá se prendia
A cadeia do amor
Ficava bem de frente
Só de olho no forró
Pois lá nesse brogodó
Os cabra num fica insolente

Seguino pra mais adiante
Nos encanto nóis cheguemo
A barraca do cordel
A todos lembrou dos tempo
Que o mundo festejava
Sem luxo, nem macacada
São João com louvor e contento

Lá só tinha poesia
Que o tempo nunca acabou
Tinha sardade nos canto
Que o violão guardou
Das prosa na janela
Cas moça nas currutela
Das alegria de amor

Tinha poeta e poesia
Cordão e cordel encantado
Comida típica e  história
Das festas de vaquejada
O vaquero discansou
Mas  no seu gibão deixou
A história desse chão

Na cadeira de balanço
A sardade de vovó
Sardade daquele tempo
Que num se vivia só
As história que ela contava
A nóis todos incantava
Fazia crescer no gogó

Eita sardade danada
Quando o dia alevantava
E o  gado anunciava
Mais um bataião com alegria
O cuscuz  no fogo cherando
O gado no pasto berrando
Arrastando a  melodia

Vou passá mais adiante
Que é pra  mode num chorá
O cordel é emocionante
Que eu nem gosto de falar
A sardade hoje é tanta
Que inté mesmo as criança
Consegue se emocioná

Vou pra barraca cigana
Onde a cumilança é tanta
Que os minino ficam triste
Os  pai vieram oiá
Menino correno a cantá
Comendo inte fubá

Imagine só oceis
Que quano a paixão disponta
No correio elegante
As moça toda se apronta
Que pra mode encantá os moço
Cum recados de amô
E versinho cheio de fulô

Tudo é festa, tudo é lindo
No espaço, nesse chão
A história nos convida
A fazer reflexão
Das antiga eu me alembro
Que os  forró tinha tempero
De amor no coração

Viajano pelo tempo
Vascuiando as mimóra
Encontramo  de tudinho
As dança e as moda de viola
Cancionero popular
Sanfonero a tocar
As moda do São João

Falando lá das  história
Não me sai mais da mimória
O São João do meu Sergipe
Muita gente, muita  paz
Que de norte a sul só faz
Uma festa bem decente

Katispero conta uma
Arrastapé que contra outra
Os minino delas duas
Num dexava as carça frouxa
No forró tinha pé quente
Encantava toda gente
Com forró, tradição e história

Mas a fome quando aperta
Dexa a gente assim triste
Pra num cai a feição
Enxiobuxo é a solução
Comida típica de montão
Dá pra fazê a refeição

Tem gente que aposta
Inté em nome de novela
Ó pai, ó é o nome dela
Que vai levando as donzela
Pra comê, dança forró
Em ninguém lá se dá nó
Pra São João não  imendá

Enfim chegou naquela
Que as moça da janela
Fica só mandano beijo
Pra chamá os  cavaleiro
Pra compra todos seu doce
E a paga é com um beijo

Quem já foi num quer fartá
Quem num viu precisa vê
Um São João mió quie esse
Nessa terra num há de tê
Pois o povo da Gildete
É alegre, num conteste
Tem amor pra oferecê

Esse ano ja passou
Lá te espero ano que vem
Adesculpe esse poeta
Se  num trouxe a históra certa
Se num cantou a trova bem
Mas num esqueça desse povo
Que em lugar nenhum mais tem.


Beth Ferreira, 22.06.2011

Colagens naturais!