terça-feira, 27 de novembro de 2012

Um sentimento chamado amor



Amiga Luce

Há muito falei-te de amor e lembro-me de que não consegui explicar tal sentimento. Acho até que não há explicação. Mas um fato recente fez-me pensar nas múltiplas faces que possui esse tal amor.
A vivência brutal da dor possibilita a quem a vive, determinar a essência do amor fraterno. Esse tipo de amor reconstrói a atmosfera de perdas e danos gerada pelos problemas da vida. Um relacionamento que acaba, uma vida ceifada por um acaso, uma injustiça cometida, uma inveja cultivada. Essas duas últimas revelam outro tipo de amor, o que vem com o calor humano.
Esse tipo de amor se confunde bastante com o senso de justiça, pois quando se ama nesses casos tenta-se corrigir as lacunas abertas e o resultado é que a pessoa consegue renascer na esperança.
Outro tipo de amor bastante fundamentado é a doação. Por esse amor acontece o resgate da vida, que embora considerada perdida, sempre encontra um fio de esperança para renascer. E é nesse caso que registro a vivência de uma experiência única em minha vida.
Um certo dia de agosto tornou-se para mim um divisor de águas. Pude e posso conceber e afirmar que minha vida parou e começou ali.
Antes jamais havia compreendido a importância do verdadeiro amor. Na verdade, Luce, creio que só compreendia o amor enamorado, o qual achava sentir exageradamente. Amor de pai e de mãe era obrigação.
Estar próximo da morte faz a pessoa refletir sobre os valores reais da vida. A cortina abre e o filme de nossa existência passa a nossa frente. Temos a oportunidade de ver os erros e os acertos, bem como ponderar e discernir sobre o que fazer. Ver os espelhos dos outros fez com que o meu não refletisse muita coisa. Foi ai que vi o amor se manifestar.
Creia Luce, o amor personificou-se na oração, no apoio, no amparo, no abraço e no carinho das pessoas as quais nunca vi, mas qual anjos à mim vieram mostrar a outra face da dor: O amor.
Então, Luce, falar de amor vai além do nosso entendimento e discernimento. De qualquer forma manifestada, o que se deve guardar é que o amor é que nos mantem vivos e capazes de superar todas as barreiras, das físicas às espirituais. Amar é tudo, amor é o compromisso.   

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