quinta-feira, 8 de abril de 2010

Compromisso a toda prova

Todos os dias vemos morrer expectativas nas pessoas e nós, que quase sempre ficamos à margem dos acontecimentos, ficamos inertes, embasbacados, mutilados, talvez. Mas não perdendo membros, sim, perdendo espaço, vez, voz. É uma espécie de morte em vida. Poucas vezes temos a coragem de gritar com voz forte e deixamos avalanches soterrarem a nossa existência.
Essa constatação se dá mais forte quando lançamos o olhar sobre a educação e vemos que escolas que um dia tiveram o seu índice de aprovação escolar e dentro da sociedade tão alto, capaz de ocupar lugares conferidos a escolas de grande porte e hoje não consegue sequer material didático, que é uma coisa simples de se conseguir para uma escola. Hoje a situação mudou.
Certa vez um diretor de regional de educação deu transferência a 80% dos professores do quadro dessa escola e de lá para cá, a escola passou e passa por decadências constantes, mas o descaso do governo estadual para com essa e muitas outras escolas chega a ser grotesco. Estamos no mês de abril e até agora não temos o quadro de professores completo. Turmas de fundamental menor estão sem aula por falta de professor, alunos do curso normal não tem a carga horária completa porque não tem professor suficiente na escola e a ordem vinda da Secretaria de Educaçao é que seja feita a fusão de turmas para a contenção de despesas. É numa hora dessas que aparecem comichões e perguntamos a finalidade de tanta economia, pois vemos constantes escândalos com o dinheiro público. Refiro-me à situação da escola em que trabalho por ser a minha realidade, mas é do meu conhecimento de que essa situação calamitosa é real no Estado todo.
Fazendo um raio-x breve do Colégio Estadual 28 de Janeiro, podemos perceber a total falta de compromisso do governo com a educação dos seus jovens. Faltar é um verbo bastante conjugado e vivenciado nessa escola. De quem é a culpa? Dizem que é do sistema. Mas quem é o sistema? Essa "pessoa" parece não ser muito experiente, pois não percebe as necessidades das pessoas a quem atende. Nesse caso, encontrar um bom bode espiatório é confortante e até esclarecedor, mas não resolve a situação. A escola funciona com o ensino fundamental de nove anos, ensino médio regular e ensino médio normal e nunca tem o que precisa e sempre vive em déficit com o ideb, com a regional de educação, com o estado e com a população a que atende.
Alguém precisa alertar a quem de direito sobre o abandono que vive as escolas estaduais e lembrar que a população atendida nelas não servem apenas para votar e eleger pessoas sem compromisso como temos visto ao longo dos anos.
Esse é um ano de eleição governamental e, com certeza, agora irão surgir inúmeros e faraônicos feitos do governo do estado, mas com certeza, ninguém irá falar das carências de que padecem as escolas e os alunos nelas matriculados. É necessário que se lembrem de que o trabalhador e a juventude tem pensamento e sabem o que querm, que conhecem o que necessitam e sabem buscar o que precisam. Com um pouco mais de esclarecimento, com certeza essa juventude fará a diferença em breve e o retrato da escola e da sociedade irá mudar.Mas até lá, quem pagará a conta do descaso e do prejuizo vivido e revivido pela falta de apoio real?
Paguemos para ver!

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